segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

VESPERATA



De acordo com o professor Erildo Antonio do Nascimento de Jesus, professor, pesquisador, historiador, escritor, Membro do Instituto Histórico de Diamantina, Membro correspondente do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais, e Membro da Comissão Mineira de Folclore, em uma de suas conversas costumeiras com Mons. Celso de Carvalho no seminário, ele perguntou qual seria a estrela que brilhava no poente. Sem demoras Mons. Celso de Carvalho o respondeu “a minha estrela” que não piscava era o planeta Vênus, denominada no crepúsculo Vésper. Depois da resposta poética o professor Erildo foi aconselhado a aprofundar os estudos no universo desta palavra extremamente abrangente e poética
Ainda na luz do dia anuncia trevas. É apelidada nos conventos de “Papa Ceia” reluzir na hora do jantar. Momentos de orações relacionadas à Anunciação de Maria. A palavra Vésper também significa o próprio ocidente e o pôr do sol.
Quando este planeta luminoso aparece no nascente precedendo o amanhecer, recebe o nome de Estrela Dalva.
O planeta Vênus também aparece durante o dia. Com atenção veremos uma “estrela” brilhando no azul do céu. É a chamada estrela dos loucos por aparecer em pleno dia para admiradores do céu.
Nossa Senhora é associada com Vésper no nascente e poente. As marujadas cantam em ritmo de marcha “... estrela da manhã, oh Virgem do Rosário...”. No “Oficio de Nossa Senhora” é relacionado à estrela da Manhã. São lituânias (ladainhas) onde assimilamos carinhosamente e Mãe de Deus, com todas as maravilhas do mundo.
Xica da Silva também foi chamada de Vênus por Cecília Meireles no Romanceio da Inconfidência: “A Vênus que afaga soberba e risonha, ás luzentes vagas do Jequitinhonha”.
O professor Erildo conta ainda que Vênus é a Deusa do Amor. Vésper pode apelidar confidencial a pessoa amada. A serenata retrata amor através da musica, abaixo da janela da amada. A Vesperata é nossa voz de amor por Diamantina executada de suas sacadas. Vesperata é Vésper com a terminação de serenata. É uma ata musical de amor filial. Somos nós planetas sem luz iluminados pelo sol diamantino.
O Professor Erildo relata que Criou a palavra Vesperata por estudos acompanhados por Mons. Celso de Carvalho. Muitos apresentam sua etimologia desconhecendo a grandiosidade do vocábulo, citando apenas o período vespertino, rezas, chás outras especulações. São os adventos dos resumos de internet interligados a entrevistas parciais de interesse. Tentativa desesperada por migalhas da luz de Vésper. Mediante o castro de criatividade restam as muletas das especulações. Lançamos um concurso na Voz de Diamantina oferecendo valoroso prêmio para qualquer exposição da palavra antes de 1997 na criação da Vesperata. Obviamente pela impossibilidade de vencedor surge outro termo: “especulata”. Com poucos estudos descobririam Eça de Queiroz expressando em seus contos: “No alto já tremeluzia uma estrela, a Vésper diamantina, que é tudo o que neste céu cristão resta do esplendor corporal de Vênus!”. Vislumbro nesta frase expressão do nosso barroco antropocêntrico enquanto Vênus e teocêntrico pela cristandade. Muito antropocentrismo pode ser vinculado a Vênus, inclusive as colunas de nossos altares oriundos da arte Greco romana.
São luzes e sombras barrocas que necessitam estudos para percepção e decodificação. São os característicos douramentos de Jose Soares de Araújo ladeados por negras sombras. São as orquestrações de essência renascentista precedidas por cantos de estruturas medievais em Lobo de Mesquita. São as genuínas essências impregnadas em nosso cerne. Bons mineiros não olham nem enxergam: espiam.
Mons. Celso assistindo a Vesperata pronunciou que a Vésper de Diamantina tem luz própria. Acredito que a luz da Vesperata é sua alma é sua manifestada através da musica. Quincas foi o primeiro a ouvir a sonoridade da palavra Vesperata, ficou com uma cara de “meio lá meio cá” e disse algumas considerações incentivando o evento e precaução com a aceitação da palavra. Para explicá-la foi divulgada pela primeira vez como Vesperata Musical.
O professor fala ainda que a Vesperata homenageia nossos músicos que semelhantes a Vésper, reluzem luzes emanadas de Diamantina. Expressam brilho sagrado que acredita incidir mais intensamente sobre Diamantina pois apesar de contas não temos ramificações familiar diamantinense sem músicos.
O professor termina sua fala reforçando o que foi dito durante a entrevista, “Repito estas explicações almejando conhecimento publico e para as inúmeras pesquisas escolares que respondo. A Vesperata foi registrada em cartório como propriedade do povo de Diamantina.” Erildo Antonio do Nascimento de Jesus.
FONTE: Entrevista realizada com o Professor Erildo Antonio Do Nascimento de Jesus pelo Professor Historiador Ronildson Odlanier Silva durante o Curso de Graduação em História.



 



O RESTAURANTE











quarta-feira, 14 de julho de 2010

UM POUQUINHO SOBRE BIRIBIRI . . .


Em meados de 1870 o então Bispo de Diamantina Dom João Antonio Felício dos Santos resolveu fundar uma fábrica de tecidos para empregar as moças pobres da região de Diamantina e arredores. A idéia de montar em Biribiri, essa fabrica, aproveitou-se da existência de uma queda d'água no local. Assim iniciaram-se as construções dos galpões (onde funcionaria a fábrica), as casas dos operários, o pensionato, o armazém e a escola.


A Igreja foi financiada e construída pelas próprias moças, que nas horas vagas garimpavam e com a venda do ouro e diamantes conseguiam dinheiro. O sino da igreja foi fundido na própria fábrica e o relógio foi doado pela família real portuguesa a Dom Felício dos Santos.


Em 1876 a fabrica estava pronta. Foi montada com maquinário vindo de Massachutes-EUA (eram trazidos no lombo das mulas ou em carros de boi). De 1876 a 1921 a Arquidiocese de Diamantina tinha o poder sobre Biribiri até ser vendida a particulares. Hoje a Fabrica de Tecidos Estamparia S.A administra a bela propriedade perdida nas montanhas de Minas.
A fábrica de tecidos funcionou ali ate 1973, quando foi desativada por econômicas: o acesso era difícil, as estradas em péssimas condições.
No auge do anos 50 a Companhia Industrial de Estamparia mantinha ali 1200 funcionários. A pequena cidade era abastecida de açougue, armazém, bar, quadra de esportes, refeitório, medico, dentista, clube social, alem da igreja , do pensionato, e das casas dos operários que funcionavam em casarões coloniais pintados de branco e azul.


Seu conjunto arquitetônico é datado da época do desenvolvimento industrial de Minas Gerais. O patrimônio natural é único. O relevo acidentado beneficia rios e nascentes de água cristalinas, como a Sentinela e Cristais. Entre suas riquezas naturais estão, matas virgens pedreiras gigantes, pinturas rupestres, campos de sempre-vivas, são 18 mil hectares de verde, equilíbrio natural e biodiversidade.